O FMI alertou ainda que o ritmo de aperto é crucial e que poderá ser necessário abrandar se o impacto da variante Ómicron da covid-19 for mais forte do que o esperado e conduzir a restrições mais apertadas da atividade ou a uma queda na confiança dos consumidores, noticia a agência France-Presse (AFP).

A diretora-geral do Fundo, Kristalina Georgieva, afirmou hoje, numa conferência de imprensa virtual, que se o efeito da nova variante for grave — e menos sensível às vacinas –, tal poderá ter um efeito deflacionista e não inflacionista.

“A política monetária necessita de retirar o apoio excecional prestado em 2020-2021”, disse, mas considerou que será necessário ter em conta “os riscos para a inflação e crescimento” antes da sua retirada.

De igual forma, Georgieva recomendou a antecipação do aperto orçamental em um ano, para 2022-2023, caso a gravidade da nova variante corra o risco de desestabilizar em demasia a economia.

“A inflação já era um desafio antes da Ómicron”, referiu, assinalando que havia “cadeias de abastecimento sob pressão, inflação dos preços dos alimentos e da energia em alguns lugares e escassez de mão-de-obra” em alguns setores.

O FMI prevê que a inflação aumente para mais de 5,5% em 2022, ficando em linha com as previsões do Banco de Inglaterra.

A diretora-geral do FMI considerou que o mundo está ainda a aprender a viver com o vírus e que o seu impacto na economia está a diminuir, o que seja preciso “avaliar a utilização do espaço orçamental”.

Georgieva defendeu que a prioridade para o Reino Unido, e para o mundo, deve ser reforçar em massa o programa de vacinação contra a covid-19, uma vez que poderia impedir o desenvolvimento de novas variantes.

O relatório do FMI considerou que, “graças a uma rápida campanha de vacinação, a economia britânica reabriu no verão de 2021”.

O documento acrescenta que “a recuperação foi mais rápida do que o esperado com um apoio (económico governamental) forte e continuado”, mas que “as novas variantes da covid-19 representam riscos de desvantagem para as perspetivas”.

De acordo com a AFP, Georgieva afirmou também que, se forem adotadas medidas que restrinjam as atividades, o Governo britânico deverá implementar medidas de apoio a pessoas e empresas vulneráveis.

A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.