Dados oficiais divulgados hoje representam uma desaceleração de cinco décimas, face ao crescimento registado em 2018, que tinha sido já o mais baixo desde 1990. O crescimento económico para o período entre outubro e dezembro fixou-se nos 6%, igual ao trimestre anterior.

O ritmo de crescimento económico atingiu, este ano, o nível mais baixo da meta estipulada pelo Partido Comunista, de “entre 6 e 6,5%”.

A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do setor dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas.

Mas a desaceleração tem sido mais acentuada do que o previsto, levando Pequim a reduzir as restrições no acesso ao crédito e a aumentar a despesa pública, visando evitar a destruição de empregos, o que poderia resultar em instabilidade social.

Os exportadores chineses ressentiram-se com um aumento das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos, parte de disputas comerciais suscitadas pelas ambições para o setor tecnológico e o superavit comercial da China, embora o impacto geral sobre a economia tenha sido menor do que esperavam alguns analistas.

Pequim e Washington assinaram esta semana um acordo parcial, que representa uma trégua na guerra comercial, mas que não anula a maior parte das taxas punitivas impostas pelos EUA sobre 360 mil milhões de dólares (323 mil milhões de euros) de produtos importados da China e exclui reformas profundas no sistema económico chinês, incluindo a atribuição de subsídios às empresas domésticas.

A atividade da indústria manufatureira, o consumo interno e o investimento enfraqueceram em 2019, face ao ano anterior.

O Gabinete Nacional de Estatísticas chinês observou que a economia da China se manteve estável, durante um período difícil, mas alertou para os riscos internos que envolvem “problemas estruturais, sistemáticos e cíclicos”.

A taxa de natalidade do país, o mais populoso do mundo, caiu também para um novo recorde mínimo de 1,05%, em 2019, um sinal ameaçador para um país que vai começar a enfrentar uma escassez de trabalhadores jovens nas próximas décadas.

Em termos nominais, a riqueza total da China ascendeu, no ano passado, a 99,09 biliões de yuan (12,94 biliões de euros).