Entre março do ano passado e outubro de 2021, o turismo do país sul-americano perdeu 453 mil milhões de reais (70,82 mil milhões de euros), segundo o levantamento da CNC. Só em 2020, a retração no volume de receitas foi de 36%.

São Paulo e Rio de Janeiro, principais focos da pandemia no país, lideram as perdas e concentram mais da metade (55%) dos prejuízos nacionais.

No entanto, o setor vem recuperando gradativamente desde março, embora o volume de receitas ainda esteja 19,5% abaixo do registado em fevereiro de 2020, antes da pandemia se espalhar por solo brasileiro.

As projeções da entidade indicam que além do crescimento de receitas em 21,9% este ano, apesar do cancelamento de eventos relevantes para o país como o “Réveillon” no Rio de Janeiro, a tradicional festa de final de ano que reúne milhões de pessoas na praia de Copacabana, o resultado também será positivo em 2022, quando é esperado um avanço de 2,4%.

“A expectativa dessas atividades nos próximos meses continua favorável, apesar de as restrições e o cancelamento de eventos relevantes atrasarem a retomada da recuperação total do potencial de geração de receita, que acreditamos que ocorrerá a partir de agosto de 2022”, assinalou Fábio Bentes, economista do CNC e responsável pela análise.

De acordo com o estudo, após os picos registados pela covid-19 no Brasil, o isolamento social tem apresentado tendência de queda, ficando apenas 2% acima do registado no final de fevereiro de 2020.

No entanto, o cenário continua a ser de cautela, uma vez que a alta taxa de inflação no país “está contaminando o reajuste de preços nos setores de serviços e turismo”.

A inflação no Brasil acumulou 10,74% nos últimos 12 meses encerrados em outubro, impulsionada pelos altos preços da gasolina.