A estatal brasileira indicou em comunicado “que não foi concluído o processo de venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, com o grupo russo Acron”.

A razão, justificou, prende-se com o “plano de negócios proposto pelo potencial comprador” ter sido modificado, o “que impossibilitou determinadas aprovações governamentais que eram necessárias para a continuidade da transação”.

O acordo tinha sido anunciado pela então ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, em fevereiro, pouco antes de o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, visitar o líder russo, Vladimir Putin, e também poucos dias antes de a Rússia invadir a Ucrânia.

Segundo a imprensa local, a Petrobras já tinha investido nesta fábrica, que começaria a operar em 2027, cerca de 730 milhões de euros.

O gigante sul-americano é um dos principais ‘celeiros do mundo’, contudo é altamente dependente da importação de fertilizantes para a sua produção agrícola.

Depende em mais de 80% de importação de fertilizantes, sendo que cerca de 20% destes provem da Rússia e mais de 10% da Bielorrússia.

Numa entrevista à agência Lusa no dia 19 de abril, responsáveis do Ministério da Agricultura brasileiro disseram que o país está a aumentar o seu portefólio de vendedores de fertilizantes para colmatar as sanções impostas à Rússia e à Bielorrússia devido à invasão da Ucrânia.

O objetivo passa por reforçar os mercados tradicionais como o Canadá, Marrocos e Irão, mas também por atacar novas oportunidades como é o caso da Jordânia, Uzbequistão, Cazaquistão e Nigéria, ao mesmo tempo que o país aposta na tecnologia para conseguir produzir mais insumos ‘made in Brasil’.