“Os Estados Unidos e a União Europeia [UE] estão a trabalhar em conjunto no sentido de diminuir a capacidade da Rússia de utilizar as suas restantes reservas internacionais, incluindo ouro, para apoiar a sua economia e financiar a sua guerra ilegal”, vincam Ursula von der Leyen e Joe Biden, numa declaração conjunta divulgada esta noite.

No dia em que Joe Biden está presencialmente em Bruxelas, após ter participado em cimeiras na NATO, do G7 e no arranque dos trabalhos do Conselho Europeu, os dois responsáveis vincam que, também hoje, “EUA e UE reforçaram e alinharam os seus regimes de sanções, juntamente com os parceiros de todo o mundo que partilham da mesma opinião”.

“Hoje, os Estados Unidos sancionam mais de 400 indivíduos e entidades adicionais para se alinharem com as medidas tomadas pela UE […]. A Comissão, em conformidade com as suas competências, continuará a apoiar outras medidas semelhantes”, indicam.

E garantem: “Juntos, vamos procurar responsabilizar os responsáveis pela devastação e comprometemo-nos a impor mais custos à Rússia até que Putin cesse a sua agressão”.

Ursula von der Leyen e Joe Biden defendem ainda que “devem ser intensificados os esforços para coordenar as respostas contra a evasão às sanções”.

A posição surge depois de, horas antes, os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) e a UE se terem manifestado disponíveis para reforçar sanções à Rússia pelo ataque à Ucrânia, nomeadamente limitando transações em ouro pelo banco central russo.

Antes, a Casa Branca anunciou que os países do G7 e da UE iriam sancionar as transações envolvendo reservas de ouro da Rússia, para evitar que Moscovo contorne as sanções impostas pelo Ocidente.

Na declaração do G7, foram também apontadas medidas para estabilizar o mercado energético e fazer face à escalada de preços, bem como iniciativas para assegurar segurança alimentar em altura de constrangimentos e problemas de ‘stock’.

Nesta matéria, Ursula von der Leyen e Joe Biden comprometem-se, na declaração conjunta, a “dar mais passos concretos na cooperação energética” entre os Estados Unidos e a UE “para garantir a segurança do aprovisionamento e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis russos”.

Já quanto à área do abastecimento, e “a fim de evitar uma potencial crise alimentar desencadeada por aumentos de preços e perturbações”, Washington e Bruxelas asseguram “redobrar os esforços combinados para aumentar a segurança alimentar global e fornecer ajuda alimentar direta, sempre que tal se justifique, aos parceiros em todo o mundo”.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

EUA e UE prometem avançar com mais de 1,4 milhões de euros em ajuda humanitária

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) disponibilizaram-se hoje a avançar com 1,4 mil milhões de euros em ajuda humanitária para apoiar a população ucraniana a enfrentar os "graves impactos" da guerra na Ucrânia provocada pela Rússia.

"Continuamos a mobilizar e coordenar ajuda humanitária significativa para apoiar as pessoas dentro da Ucrânia, aqueles que foram forçados a fugir e aqueles que foram afetados pelos graves impactos que a guerra da Rússia está a causar em todo o mundo", salientam a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente norte-americano, Joe Biden.

"Isto inclui mais de mil milhões de dólares [cerca de 900 milhões de euros, no câmbio atual] em assistência humanitária que os Estados Unidos estão dispostos a fornecer e 550 milhões de euros da UE", acrescentam.

Ao mesmo tempo, de acordo com Ursula von der Leyen e Joe Biden, "os Estados Unidos e a UE estão a coordenar estreitamente para assegurar que os seus esforços em matéria de proteção temporária e admissão humanitária, incluindo a reinstalação ou transferências, sejam complementares e forneçam o apoio muito necessário aos vizinhos da Ucrânia".

Além disso, Washington e Bruxelas "estão a apoiar o trabalho de peritos em documentação de crimes de guerra que estão a recolher provas no terreno na Ucrânia", adiantam.

A posição foi divulgada no dia em que Joe Biden esteve presencialmente em Bruxelas para participar em cimeiras na NATO, do G7 e no arranque dos trabalhos do Conselho Europeu.

Entretanto, numa outra declaração conjunta divulgada esta noite, Joe Biden e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacam as "necessidades urgentes causadas pela agressão da Rússia", bem como "o empenho [dos dois blocos]em continuar a prestar assistência humanitária, incluindo aos países vizinhos que acolhem refugiados".

Além disso, Biden e Michel "saúdam a abertura de investigações internacionais, incluindo pelo Procurador do Tribunal Penal Internacional, e os esforços em curso para recolher provas de atrocidades", segundo a nota.

Neste primeiro dia de Conselho Europeu, a agenda é dominada pela política externa e, principalmente, pela Ucrânia, em altura de aceso conflito armado no país devido à invasão russa e quando os Estados Unidos e a UE manifestam unidade para o exterior.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.