A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira a sua decisão de declarar "persona non grata" a representante da Nicarágua, Zoila Muller Goff, como resposta à expulsão da enviada da UE em Manágua, de acordo com um comunicado.

"Esta é uma resposta recíproca à decisão do governo da Nicarágua ao declarar 'persona non grata' a chefe da Delegação da UE na Nicarágua, em 28 de setembro", apontou a nota do Conselho da UE.

Bruxelas considera a decisão da Nicarágua "injustificada". No momento, as instituições europeias não esclareceram se Muller Goff deverá deixar a capital belga.

É uma decisão que cabe às autoridades belgas, disse à AFP, um porta-voz da Comissão Europeia. "Somente eles podem expulsar alguém do país", afirmou.

A mesma fonte acrescentou ainda que para o executivo significa que "a UE não vai negociar mais com a representante que, além disso, perderá todo o acesso às instituições europeias".

A medida "tem efeito imediato", indicou a fonte.

No final de setembro, o governo da Nicarágua declarou a representante da UE naquele país, Bettina Muscheidt, "persona non grata" que deixou a capital Manágua alguns dias depois.

Na sua declaração na segunda-feira, a UE reafirmou o "compromisso contínuo com o povo nicaraguense e com a defesa da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos".

"A UE permanece aberta ao diálogo com a Nicarágua, sempre que este diálogo aconteça de maneira respeitosa", acrescentou a nota.

Em janeiro deste ano, o Conselho Europeu anunciou a inclusão de sete pessoas na lista de funcionários nicaraguenses sancionados, incluindo dois filhos e conselheiros de Daniel Ortega e Rosario Murillo, presidente e vice-presidente do país, respectivamente.