Os bombardeamentos de hoje, “que atingiram a geração de calor e subestações elétricas”, forçaram a Ucrânia “a parar as exportações de eletricidade a partir de 11 de outubro de 2022 para estabilizar o seu próprio sistema de energia”, anunciou o Ministro da Energia, German Galushchenko, através da sua conta no Facebook.

“Foi a exportação de eletricidade da Ucrânia que ajudou a Europa a reduzir o consumo de recursos energéticos russos. É por isso que a Rússia está a destruir o nosso sistema energético, matando a possibilidade de exportar eletricidade da Ucrânia”, disse o ministro.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, avançou que espera que seja possível reparar “entre hoje e amanhã” (terça-feira) as infraestruturas elétricas danificadas pelos ataques lançados pela Rússia nas últimas horas em várias cidades do país, incluindo Kiev, e que já fizeram pelo menos onze mortos.

Shmigal declarou que, apesar de “dezenas de mísseis” terem atingido as instalações e infraestruturas energéticas de até onze regiões e a cidade de Kiev, “a maioria” pode ser reparada ainda hoje.

“O fornecimento de eletricidade foi interrompido em quase todo o país. Há problemas com o abastecimento de água em oito regiões. O governo, juntamente com todos os departamentos responsáveis, iniciou a implementação de um plano operacional para a reparação de aparelhos danificados”, disse.

Para facilitar os trabalhos de reparação, Shmigal pediu à população que limitasse o consumo de eletricidade, especialmente à noite, pelo menos durante os “poucos dias” que se espera que todo este processo dure.

“Se possível, não ligue os dispositivos mais consumidores de energia — aquecedores, fogões elétricos e chaleiras, caldeiras, micro-ondas, máquinas de lavar roupa, máquinas de café, ferros — para reduzir a carga no nosso sistema elétrico e permitir restabelecê-lo o mais rapidamente possível”, disse.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.221 civis mortos e 9.371 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.