Segundo as fontes governamentais, citadas pela agência Associated Press (AP), o pacote de ajuda conterá grandes quantidades de munições e, pela primeira vez, sistemas de defesa aérea Avenger, altamente móveis.

As autoridades acrescentaram que haverá munições para os Sistemas de Artilharia de Alta Mobilidade, conhecidos como HIMARS, que a Ucrânia têm utilizado com sucesso na sua contraofensiva frente à Rússia.

Contará também com morteiros e mísseis para o sistema antiaéreo terra-ar Hawk.

A confirmação oficial deste novo apoio a Kiev deve ser divulgada ainda hoje, enquanto continua a contagem de votos relativa às eleições intercalares de terça-feira, onde os Republicanos estão perto de garantirem uma estreia maioria na Câmara dos Representantes, noticiou AP.

Já o controlo do Senado está dependente das renhidas candidaturas no Arizona, Nevada e Geórgia.

Entretanto, na Casa Branca, o conselheiro de segurança nacional, Jake Sullivan, adiantou que o novo pacote de ajuda à Ucrânia incluiria importantes contribuições para a defesa aérea.

“Este aumento da defesa aérea será crítico para a Ucrânia, pois a Rússia continua a usar mísseis de cruzeiro e ‘drones’ de fabrico iraniano para atacar infraestruturas civis essenciais”, destacou.

Sullivan não referiu o total do apoio militar, mas observou que incluiria mísseis Stinger para o sistema Avenger.

Incluindo a ajuda mais recente, os EUA já atribuíram mais de 18.600 milhões de dólares em armas e outros equipamentos militares para a Ucrânia, desde o início da invasão russa.

Quando questionado esta quarta-feira sobre a ajuda em andamento à Ucrânia, o Presidente Joe Biden manifestou otimismo de que esta continuará, mesmo que os Republicanos assumam o controlo de uma ou ambas as câmaras do Congresso.

“Espero que continuemos com esta abordagem bipartidária de enfrentar a agressão da Rússia na Ucrânia”, salientou o Democrata.

As munições adicionais e as capacidades de defesa aérea surgem num momento em que as tropas russas começaram a retirar-se da importante cidade ucraniana de Kherson.

Esta localidade é a única capital de província que Moscovo capturou, e a retirada russa pode permitir que a Ucrânia reconquiste o território no sul que tinha perdido.

As autoridades ucranianas reconheceram que as forças de Moscovo não tiveram alternativa a não ser fugir de Kherson, mas permaneceram cautelosas, temendo uma emboscada.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.490 civis mortos e 9.972 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.