"As reformas estruturais no SNS devem ser para manter, as estruturas técnicas e as instituições devem fazer o seu trabalho independentemente da cor política do Governo", afirmou, numa reação à Lusa, o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, acrescentando que "há um caminho conjunto que estava a ser percorrido e que pode ser interrompido".

Fernando Araújo anunciou hoje que vai apresentar a demissão, em conjunto com a sua equipa, à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, alegando que não quer ser obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considere necessárias.

"Respeitando o princípio da lealdade institucional, irei apresentar à senhora ministra da Saúde, em conjunto com a equipa que dirijo, o pedido de demissão do cargo de diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde", refere Fernando Araújo em comunicado.

Segundo Fernando Araújo, esta "difícil decisão" permitirá que a nova tutela possa "executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual direção-executiva do SNS possa ser considerada um obstáculo à sua concretização".

Para o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, "quando as pessoas não estão bem num cargo devem sair".

O SIM espera que quem suceder a Fernando Araújo - "uma pessoa considerada, respeitada e competente" - consiga "também atender aos problemas do SNS e trabalhar com os sindicatos para resolver os problemas que persistem".

A direção-executiva do SNS iniciou a sua atividade em 01 de janeiro de 2023, na sequência do novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde proposto ainda pela então ministra Marta Temido, com o objetivo de coordenar a resposta assistencial de todas as unidades do SNS e de modernizar a sua gestão.

Em janeiro passado arrancou uma nova fase da reforma organizativa do SNS, com o alargamento a todo o país das Unidades Locais de Saúde e a generalização das Unidades de Saúde Familiar de modelo B, assentes num regime de incentivos à produtividade.