O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) detetou nos controlos móveis aleatórios realizados na fronteira terrestre com Espanha, uma operação para impedir o tráfico de seres humanos nas massas de refugiados que fogem da guerra na Ucrânia, casos de pessoas que "nunca estiveram na Ucrânia, mas a dizer que fogem de lá na tentativa de obterem aqui a proteção temporária criada para os refugiados da guerra", noticia esta sexta-feira o Expresso, que cita fonte policial.

De acordo com o semanário, já foram mesmo recolhidos indícios da existência no terreno de grupos que promovem esta imigração ilegal, vendendo “pacotes” que incluem a viagem para Portugal e a instrução na plataforma dos pedidos dos imigrantes económicos, apesar de não corresponderem aos critérios estabelecidos.

“Os casos detetados estão principalmente ligados à imigração indostânica, provenientes do Paquistão, Nepal, Índia. A maioria já se encontraria na Europa, mas em situação irregular”, explica a mesma fonte policial.

Em meados de março, o SEF tinha já recebido mais de 300 pedidos de proteção temporária de cidadãos asiáticos, maioritariamente originários da Índia e Paquistão, mas também provenientes do Nepal e Bangladexe.

Os ucranianos residentes em Portugal quase que duplicaram em menos de um mês, depois do SEF ter concedido até quinta-feira mais de 25 mil pedidos de proteção temporária a pessoas que fugiram da guerra da Ucrânia.

Segundo a última atualização feita pelo Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, Portugal concedeu desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, 25.193 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a estrangeiros que residem naquele país.

No decorrer do processo para proteção temporária em Portugal, os cidadãos que a requeiram têm acesso aos números fiscal, de Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde, podendo beneficiar destes serviços e ingressar no mercado de trabalho.