“Vladimir Putin vai convocar uma reunião alargada do Ministério da Defesa (…). Os resultados das atividades das Forças Armadas russas em 2022 serão sintetizadas, as tarefas para o próximo ano serão definidas”, indicou o Kremlin em comunicado.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, participará nesta reunião para “dar conhecimento do estado do avanço da operação militar especial” na Ucrânia e o envio de armamentos para as Forças Armadas, acrescentou o Kremlin.

Cerca de 15.000 responsáveis dos diversos ramos das Forças Armadas russas vão participar neste encontro por videoconferência, indicou ainda a presidência russa.

Este encontro decorre após Putin ter decidido anular a tradicional conferência de imprensa do final do ano, e que decorria anualmente no final de dezembro e desde 2001.

A Rússia, que desencadeou em fevereiro uma vasta ofensiva contra a vizinha Ucrânia, registou nos últimos meses diversos reveses militares que forçaram à retirada da região de Kharkiv (nordeste) e da cidade de Kherson (sul).

Putin admitiu hoje que a situação permanece “extremamente difícil” nas quatro regiões do sul e leste da Ucrânia, cuja anexação foi reivindicada por Moscovo mas sem as controlar na totalidade.

No final do verão, Moscovo anunciou a mobilização de 300.000 reservistas russos para as Forças Armadas, um processo assinalado por diversos erros, reconhecidos pelos responsáveis, e que implicou o exílio de milhares de homens no estrangeiro.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia, e que prossegue, já causou mais de 14 milhões de deslocados dentro e para fora da Ucrânia, e a ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.