“Já fornecemos um total de 315 toneladas de material militar letal e não letal, incluindo as categorias que referi, entre armamento, munições, equipamento militar”, avançou a ministra da Defesa, Helena Carreiras, ouvida em audição regimental na Assembleia da República e em resposta a uma pergunta colocada pela deputada da Iniciativa Liberal Patrícia Gilvaz.

Entre o material já enviado para a Ucrânia por Portugal incluem-se também “14 veículos blindados M113” e “material de comunicações, rádios” e ainda material médico, nomeadamente “700 ‘kits’ de primeiros socorros disponíveis para entrega”.

Helena Carreiras disse que o Governo está a avaliar “em articulação com o Laboratório Nacional do Medicamento um pedido de equipamento médico” e sublinhou que foram disponibilizadas “cerca de 300 camas para refugiados ucranianos em primeiro atendimento, em instalações das Forças Armadas”.

“Mais um conjunto de lugares no hospital das Forças Armadas nos polos de Lisboa e Porto, para feridos ucranianos caso fosse necessário virem. Até esta data não nos foi solicitado”, acrescentou.

Momentos antes o deputado Diogo Leão, do PS, tinha pedido à governante para “clarificar os esforços de apoio à Ucrânia para que não restem duvidas que não há sacrifícios feitos em vão e que a defesa da Ucrânia é a defesa da Europa e da democracia”.

“Disponibilizamos aquilo que podemos, com os limites que conhecemos e a Ucrânia aceita e ninguém se queixou que estamos a dar material que não pode ser usado ou que está ultrapassado, pelo contrário”, respondeu a ministra da Defesa.

Além deste material, Portugal vai disponibilizar treino militar a soldados ucranianos no âmbito da missão da União Europeia com esse objetivo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.