A cidade portuária estratégica localizada junto do mar de Azov encontra-se sitiada pelas tropas russas praticamente desde o início da ofensiva de Moscovo, em 24 de fevereiro, e as instalações do complexo siderúrgico têm servido como refúgio para centenas de civis e militares ucranianos, que estão ainda a resistir ao cerco.

“Mariupol. Azovstal. Além dos militares, pelo menos 100 civis permanecem abrigados. No entanto, isso não reduz a densidade dos ataques dos invasores”, declarou o assessor municipal na rede social Telegram, citado hoje pela agência de notícias Interfax-Ucrânia.

Andryushchenko também disse que “a artilharia pesada e a aviação continuaram a bombardear a siderúrgica durante todo o dia [de segunda-feira]. As tentativas de ataque terrestre continuam sem sucesso. Mas a cidade ouve o som dos canhões novamente”, afirmou o assessor.

A situação no complexo industrial de Azovstal, o último bastião da resistência ucraniana em Mariupol, não pode ser confirmada através de fontes independentes, já que as tropas russas controlam praticamente toda a cidade e estão a tentar impor a sua autoridade e regras no terreno.

No fim de semana passado, o Governo da Ucrânia tinha confirmado que todas as mulheres, crianças e idosos que ainda permaneciam refugiados nas instalações de Azovstal tinham sido retirados do local.

De acordo com Kiev, um grupo de soldados ucranianos permanece na área, a maioria deles elementos do regimento Azov, grupo considerado ultranacionalista que foi integrado no exército ucraniano.

Por outro lado, e de acordo com a autarquia de Mariupol, nas últimas 24 horas um total de 34 aparelhos aéreos sobrevoaram o complexo de Azovstal.

“O inimigo não para de tentar capturar a fortaleza ucraniana e continua a realizar ataques diários com o apoio da infantaria”, indicou ainda a autarquia na rede social Telegram.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.