De acordo com o The New York Times, o artigo, publicado na quarta-feira na revista Nature, é um lembrete de que "há muito mais a ser encontrado no nosso próprio 'quintal', com implicações para a nossa compreensão de mundos em torno de outras estrelas na nossa galáxia".

Em 2013, Mark Showalter, investigador do Instituto SETI em Mountain View, na Califórnia, não tinha como objetivo fazer esta descoberta. Ao analisar os anéis de Neptuno com uma nova técnica para processar imagens antigas que permite ver melhor os anéis, que são fracos e rápidos, um objeto desconhecido apareceu — um "pequeno" ponto branco.

No estudo agora publicado, este "pequeno" ponto —  com um diâmetro de 34 quilómetros — é apresentado como sendo a 14ª lua do planeta Neptuno, a sétima interna. O nome escolhido, aprovado pela União Astronómica Internacional, é Hipocampo, nome de uma criatura mitológica grega.

Situando-se perto de Proteu, o segundo maior satélite natural de Neptuno, pensa-se que a Hipocampo seja uma parte desta lua, que se desprendeu devido à colisão de um cometa. "Não podemos descartar a possibilidade de a Hipocampo se ter formado no local onde se encontra e de não ter uma ligação com Proteu”, é referido no artigo. “Contudo, o seu tamanho e localização peculiar levam-nos a privilegiar o cenário de formação proposto em que as colisões e a migração orbital tiveram um papel na modelação do sistema de Neptuno como o vemos hoje.”

Para Mark Showalter, os resultados da investigação destacam os desafios em fazer descobertas desde o sobrevoo da Voyager 2. "Urano e Neptuno foram negligenciados na história da exploração espacial. Há um grande buraco na nossa compreensão do sistema solar externo", referiu.