O ex-presidente russo destacou que a situação dos estrangeiros é “uma parte integral do regime de segurança” do país, explicando que, entre outras razões, a regulação ajuda a “prevenir ameaças graves”, noticiou a agência de notícias TASS.

“Estamos a trabalhar num contexto completamente diferente em relação há alguns anos e devemos levar isso em consideração”, sublinhou Medvedev.

Em setembro, a reunião do Conselho de Segurança russo será focada em questões de migração, acrescentou.

A Rússia endureceu as suas leis este ano para combater o que chama de “agentes” ao serviço de interesses estrangeiros, no âmbito de um conjunto de reformas iniciadas após o arranque da ofensiva militar na Ucrânia, em fevereiro.

Em meados de agosto, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a defender a proibição global de vistos para cidadãos russos, alegando ser uma medida “justa” e pedindo aos aliados europeus para que a executem.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, manifestou, em 22 de agosto, relutância em proibir de forma massiva a entrada de russos nos 27 Estados-membros.

Também os Estados Unidos descartaram proibir a entrada de cidadãos russos no país.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

Na guerra, a ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.