Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à porta do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, a propósito de uma notícia SIC a quem fonte não identificada do Patriarcado de Lisboa disse que o chefe de Estado sabia do custo do polémico altar-palco, que é de cerca de cinco milhões de euros.

"Está esclarecido, D. Américo Aguiar acabou de dizer, desmentindo a nota do Patriarcado, que o Presidente da República não sabia o valor do altar. E, portanto, a Igreja, e bem, desmentiu aquilo que tinha vindo numa nota do Patriarcado e que tinha provocado a minha estupefação", declarou o Presidente da República.

O chefe de Estado, que falou pouco depois da conferência de imprensa do bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ 2023, considerou, por outro lado, que Américo Aguiar, "e muito bem", se mostrou "sensível à compatibilização de dois objetivos: um, que a jornada seja uma projeção de Portugal no mundo; segundo, que tenha em linha de conta as circunstancias económicas e sociais vividas neste momento".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que, "e como também o senhor D. Américo Aguiar disse, estão em curso uma série de diligências e de reuniões nas próximas semanas respeitantes não especificamente apenas ao altar mas a várias das componentes daquilo que é o conjunto de obras, o conjunto de iniciativas para ser possível fazer a jornada".

Serão reuniões entre "Governo, câmaras, técnicos, Igreja sobre essa matéria", sobre as quais conta ser "mantido ao corrente".

"Vamos esperar por essas reuniões, em que estão envolvidas aquelas entidades que são decisivas para que seja concretizada. O Presidente já disse o que disse, o senhor D. Américo Aguiar concordou com aquilo que eu disse. Vamos esperar", acrescentou.

O Presidente da República frisou que "não tem responsabilidade" na organização da JMJ e escusou-se a responder se fez algum contacto no sentido de uma redução de custos.

Hoje, mais cedo, o Presidente da República afirmou esperar que as cerimónias da Jornada Mundial da Juventude, encontro católico que Portugal irá acolher entre 01 e 06 de agosto, respeitem o período atual e a "visão simples, pobre, não triunfalista" do papa Francisco.

No Cineteatro Capitólio, Marcelo Rebelo de Sousa participou no fim de uma cerimónia evocativa por ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto, que se assinala na sexta-feira, 27 de janeiro.

Nesta cerimónia, em nome do Estado português, o chefe de Estado disse umas breves palavras, reafirmando a mensagem que deixou em janeiro de 2020, quando participou no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém: "Nós não esquecemos, nunca esqueceremos o holocausto".