Belém, capital do estado brasileiro do Pará, foi escolhida como ponto de partida de uma visita oficial de três dias que o líder francês faz ao país sul-americano tendo em conta o peso que a questão ambiental tem na atual agenda de cooperação entre os dois países.

Após uma receção oficial organizada pelo Governo brasileiro em Belém, Macron embarca com Lula da Silva, numa navegação num dos rios da região, onde realizam uma primeira reunião de trabalho sobre a preservação da Amazónia e temas ligados à agenda do ambiente.

Segundo o Governo brasileiro, nesse primeiro encontro será apresentada ao governante francês “a complexidade da realidade amazónica”, que além de ser “uma grande floresta” é “o lugar onde vive uma enorme população” de 25 milhões de pessoas que deve ter acesso a “uma vida digna, com pleno respeito pela biodiversidade”.

Lula da Silva e Macron seguirão até à ilha de Combú, onde conhecerão alguns projetos de desenvolvimento sustentável do cacau liderados pelas próprias comunidades locais, e encontrar-se-ão com lideranças indígenas.

O líder indígena da etnia Kayapó, e expoente mundial da causa indígena, Raoni Metuktire, será condecorado por Emmanuel Macron.

O Presidente francês viaja na quarta-feira para o Rio de Janeiro, acompanhado de Lula da Silva, até um complexo naval localizado no município de Itaguaí, para visitar um extenso programa de construção de submarinos, realizado através de uma parceria entre o Brasil e a França.

Macron segue depois para São Paulo, onde participará num evento de negócios, e na quinta-feira, dia 28, terá uma outra reunião de trabalho em Brasília com Lula da Silva.

Na agenda da visita do Presidente francês, além de questões bilaterais e internacionais, consta também o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul (bloco que o Brasil integra juntamente com a Argentina, Uruguai e o Paraguai).

As negociações, concluídas em 2019, caíram num impasse, entre outros motivos devido à forte oposição do Governo francês, que alega questões ambientais e sofre pressão do seu setor agrícola, que rejeita um possível acordo com o Mercosul.