Detida no dia 13 de setembro pela chamada Polícia Moral de Teerão, por alegadamente violar o rigoroso código de vestuário feminino no Irão e não estar a usar corretamente o ‘hijab’, Mahsa Amini, 22 anos, morreu três dias depois no hospital. A sua morte desencadeou uma série de protestos no país, nomeadamente em várias universidades.

As autoridades iranianas afirmam que a Polícia Moral nada teve a ver com a morte da jovem e Teerão acusa as “forças externas” de instigarem os protestos, nomeadamente os Estados-Unidos.

“O inimigo pensou que poderia alcançar os seus objetivos nas universidades, ignorando o facto de que os nossos estudantes e professores estão vigilantes e não permitirão que os falsos sonhos do inimigo se tornem realidade”, disse Raissi, de acordo com uma declaração presidencial.

Os académicos “irão certamente derrotar o inimigo”, acrescentou ele.

O presidente iraniano fez a declaração em Teerão por ocasião do início do ano académico, perante os estudantes de Al-Zahra, a primeira universidade só de mulheres do Irão, fundada em 1964.

No domingo, a agência noticiosa Fars noticiou um comício na Universidade Al-Zahra, onde estudantes do sexo feminino se manifestaram contra a morte de Mahsa Amini.

A Universidade de Sharif, a maior universidade científica do Irão, suspendeu as aulas na segunda-feira após incidentes violentos entre estudantes e forças de segurança em Teerão, de acordo com os meios de comunicação locais.

A polícia disparou bolas de tinta, balas de borracha e gás lacrimogéneo, de acordo com a agência noticiosa Mehr.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde 16 de setembro durante comícios descritos como “tumultos” pelas autoridades, enquanto centenas de outras foram presas.