O departamento de Gironde é atingido há uma semana por dois gigantescos incêndios, em La Teste-de-Buch, uma cidade na baía de Arcachon, e Landiras, que já queimaram mais de 13.000 hectares de vegetação.

As duas localidades afetadas em La Teste-de-Buch, uma cidade de 26.000 habitantes muito popular entre os turistas, especialmente no verão, são as de Miquelots (cerca de 5.000 pessoas retiradas), no sul da cidade, e o de Pyla-sur-Mer (cerca de 3.000 pessoas), mais a oeste.

“La Teste não está a ser ameaçada pelas chamas. Por outro lado, o vento está a mudar, as localidades estão mesmo em vias de serem atingidas pelo fumo”, explicou à agência de notícias AFP um porta-voz dos bombeiros de Gironde.

“Os fumos são tóxicos, é uma questão de saúde pública proteger a população”, acrescentou.

Perto do outro grande incêndio, localizado mais a leste, ao sul de Bordéus, 3.500 pessoas já tinham sido retiradas de suas casas antes do meio-dia, nos municípios de Landiras, Budos e Balizac, segundo um comunicado divulgado mais cedo pelas autoridades locais.

Gironde, juntamente com outros 14 departamentos do oeste de França, foi colocado hoje em alerta vermelha pelo serviço de meteorologia francês (Météo France), devido a uma onda de calor que pode levar a novos recordes históricos de temperaturas em certas áreas.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), mais de 20 mil pessoas já foram retiradas de suas casas no departamento de Gironde.

Três aviões adicionais foram enviados para se juntar a outros seis que já combatem os incêndios, recolhendo água do mar nos seus tanques e fazendo repetidas passagens por densas nuvens de fumo, referiu o Ministério do Interior francês na noite de domingo, citado pela AP.

Mais de 200 reforços juntaram-se à força de 1.500 bombeiros que lutam dia e noite para conter as chamas em Gironde, onde as chamas se aproximaram de vinhedos valiosos e da baía marítima de Arcachon, famosa pelas suas praias e ostras.

O aumento de eventos climáticos extremos é uma consequência direta do aquecimento global, segundo os cientistas, devido às emissões de gases de efeito estufa que elevam a intensidade, duração e frequência destes episódios.