“O que mais queremos é encontrar os meios para criar as condições para um diálogo efetivo, para criar condições para um cessar-fogo o mais rapidamente possível”, afirmou Guterres antes de conversar com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após o que tem marcado um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, no contexto da ofensiva russa em curso na Ucrânia.

Embora a situação na Ucrânia seja “complexa e haja diferentes interpretações sobre o que está a acontecer” no país, é possível ter um “diálogo sério sobre a melhor forma de trabalhar para minimizar o sofrimento das pessoas”, defendeu.

A viagem de Guterres à Rússia acontece num momento em que o secretário-geral da ONU tem sido alvo de críticas pela sua alegada passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.

Na semana passada, mais de 200 antigos dirigentes da ONU dirigiram uma carta a António Guterres, com um apelo para que seja mais proativo em relação a esse conflito.

Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atue de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, as Nações Unidas arriscam não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.

Após a visita a Moscovo, Guterres irá ser recebido, na quinta-feira, em Kiev, pelo chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A ordem das visitas foi criticada no sábado por Zelensky, que considerou “ilógica” a decisão de Guterres de se deslocar a Moscovo dois dias antes de ir a Kiev.

“É errado ir primeiro à Rússia e vir depois à Ucrânia. Não há justiça nem lógica nessa ordem”, afirmou.