Os dados foram apresentados numa conferência de imprensa, em Viena, por ocasião da reunião anual do CER que ocorre este fim de semana.

Neste fórum, 30 chefes de empresas ferroviárias europeias deverão assinar uma “Declaração da Ucrânia”, na qual deverão expressar a solidariedade e apoio ao país atacado, disse o presidente do CER e responsável das Ferrovias Federais Austríacas (ÖBB), Andreas Mattha.

“Os colegas das ferrovias ucranianas trabalham todos os dias em circunstâncias inimagináveis e arriscam as suas vidas. Precisam do nosso apoio para que o tráfego ferroviário na Ucrânia possa continuar”, enfatizou.

O presidente do CER considerou como “lógico” e “correto” que as ferrovias europeias enviem um sinal forte e se comprometa a ajudar.

Matthä recordou que “a infraestrutura ferroviária ucraniana é a espinha dorsal do corredor humanitário para os deslocados e para entregas de ajuda, como alimentos e produtos médicos”.

Em junho, quatro milhões de pessoas foram deslocadas por via férrea, assinalou.

Espera-se ainda que na declaração, as empresas ferroviárias peçam à União Europeia que disponibilize fundos para financiar rapidamente e sem burocracia as reparações das estruturas ferroviárias destruídas.

Além disso, para acelerar o processo de integração da Ucrânia na União Europeia (UE), defendem que no processo de reconstrução os trilhos do comboio ucraniano passem da bitola russa para o padrão usual na Europa.

Atualmente, a diferença atrasa, entre outras coisas, o transporte de grãos da Ucrânia para os portos ocidentais, o que está a ser analisado como uma rota alternativa, já que os portos ucranianos estão bloqueados.

Segundo Richard Lutz, presidente da empresa alemã Deutsche Bahn (DB), atualmente são transportadas por via terrestre cerca de 800 mil toneladas por mês e a tendência é aumentar.

Contudo, para transportar o total de 22 milhões de toneladas (de cereais e sementes de girassol, atualmente bloqueadas) para países como o Egito, são necessárias capacidades adicionais, frisou, que não descartou que pode levar anos até que a rota marítima seja reativada através do Mar Negro.