Os assaltantes atacaram a aldeia de Felo, no distrito de Gubio, no Estado de Borno, na terça-feira à tarde.

Várias fontes disseram à agência AFP que o número inicial de 59 mortos, comunicado na terça-feira, foi revisto após a descoberta de dez novos corpos em redor da aldeia.

“Na realidade, 69 pessoas foram mortas. Foram descobertos mais cadáveres nas zonas circundantes”, afirmou Ibrahim Limam, membro de uma milícia local apoiada pelo Governo.

“Os corpos foram espalhados por uma vasta área enquanto os atacantes perseguiam as suas vítimas, disparando contra elas e esmagando-as com os seus veículos”, acrescentou.

Segundo um líder da comunidade, as 69 vítimas eram “homens e crianças” que guardavam o gado num ponto de água fora da aldeia.

“Foram cercados de surpresa por homens armados numa área aberta, sem nenhum lugar para se esconderem. Eles não podiam escapar, não podiam fugir dos veículos”.

Na terça-feira, um chefe de aldeia tinha descrito o ataque como uma represália pela morte de combatentes jihadis mortos pelas milícias locais de autodefesa, que protegem o gado da aldeia contra roubos.

O roubo repetido de gado tinha levado os aldeões a formar uma milícia para proteger a sua aldeia.

Durante o ataque de terça-feira, os milicianos “perseguiram os rebeldes2 para o mato, matando alguns deles em tiroteios, disse Ibrahim Liman.

Gubio, situada a 80 quilómetros da capital regional Maiduguri, tem sido repetidamente alvo dos jihadistas do Iswap.

Em resposta, mais de 100 milicianos e caçadores tradicionais foram destacados pelas autoridades locais para proteger a localidade e as suas imediações dos ataques.

A Iswap é uma fação dissidente da organizacão Boko Haram que nos últimos dois anos aumentou os seus ataques mortais contra o exército.

Mas nos últimos meses os ataques contra civis atribuídos ao Iswap também aumentaram.

A insurreição jihadista na Nigéria já matou 36.000 pessoas e deslocou mais de dois milhões desde 2009.