Num universo de 636 escolas onde os alunos decidiram ir a exame na disciplina de Física e Química, houve 414 (65,1%) em que a média foi negativa, segundo uma análise feita pela Agência Lusa com base em dados disponibilizados pelo Ministério da Educação.

À semelhança do ano anterior, os estudantes do secundário voltaram a beneficiar das regras excecionais implementadas devido à pandemia de covid-19, que permitem que os alunos realizem apenas as provas finais que quiserem utilizar no acesso ao ensino superior ou para melhorar a nota interna.

Ainda assim, houve um agravamento significativo das notas, depois de em 2020 apenas 6,8% dos estabelecimentos de ensino terem ‘chumbado’ naquela disciplina, o que se traduziu também numa classificação média nacional negativa, que se fixou nos 9,8 valores (a média anterior foi 13,3 valores).

Com 32.811 provas realizadas, foi a pior classificação entre as disciplinas mais concorridas, em que pelo menos 10 mil alunos foram a exame, e a primeira vez desde 2017 com média negativa.

O ‘ranking’ elaborado pela Lusa, a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação relativos aos exames do ano letivo 2020/2021, é liderado por uma escola pública, a Escola Básica e Secundária Escalada, em Pampilhosa da Serra, onde a única aluna a ir a exame conseguiu 17,5 valores.

Entre as mais bem classificadas, seguem-se duas escolas particulares: a Academia de Música de Santa Cecília, em Lisboa, e o Colégio Minerva em Setúbal.

Para reencontrar uma escola pública na lista é preciso descer até ao 23.º lugar, ocupado pela Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, em Oliveira de Azeméis, com 12,9 valores.

No ano passado, Coimbra recuperou o primeiro lugar entre os distritos com a melhor média a Física e Química (10,5 valores), seguido de Viseu e Porto. Já as escolas do estrangeiro e os distritos de Portalegre e Setúbal ocupam os últimos lugares.

As raparigas tiveram um melhor desempenho neste exame, com uma média de 10,1 valores contra a média de 9,5 valores dos rapazes.

Além de os exames não serem obrigatórios, no ano passado os alunos voltaram também a beneficiar de regras de classificação diferentes das habituais, em que apenas foram contabilizadas as respostas às perguntas obrigatórias e aquelas em que tenham tido melhor pontuação, ainda que o nível de dificuldade tenha sido maior por haver menos perguntas opcionais.

Média de Biologia desceu mas mais de 90% das escolas tiveram positiva

Sem exames obrigatórios, que pelo segundo ano contaram apenas com provas de ingresso ou para melhoria de nota, a média nacional dos mais de 36 mil alunos que foram avaliados a Biologia e Geologia foi de 11,9 valores.

Comparando com o ano anterior, o desempenho dos alunos àquela disciplina, que é uma das mais importantes para quem segue cursos superiores na área da Saúde, piorou ligeiramente e a classificação média caiu dois valores em relação aos 14 conseguidos nas provas de 2020.

A maioria dos estabelecimentos de ensino conseguiu, ainda assim, que a média dos resultados dos seus alunos fosse positiva. Num universo de 636 escolas secundárias, apenas 56 (8,8%) não chegaram aos 10 valores.

O 'ranking' elaborado pela Lusa, com base nos dados relativos aos exames do ano letivo 2020/2021, volta a ser liderado pelo terceiro ano consecutivo, pelo Colégio Cedros, no Porto, onde os alunos obtiveram uma média de 17,5 valores.

Seguem-se o Colégio Efanor (16,37), também no Porto, e o Colégio Militar, em Lisboa, a única escola pública nos primeiros 20 lugares da lista, com uma média de 16,1 valores. Depois desta, a segunda melhor escola pública surge apenas em 40.º.

Por distritos, o pódio dos melhores desempenhos médios nesta prova volta a pertencer ao Porto, seguido de Viseu e Braga.

No fundo da tabela, e sem médias negativas, surgem as escolas no estrangeiro, Portalegre e Beja.

As raparigas tiveram um desempenho ligeiramente melhor neste exame, com uma média de 12 valores, enquanto os rapazes ficaram-se pelos 11,8 valores.

No ano passado, o Governo decidiu manter as regras implementadas em 2020 devido à pandemia de covid-19, permitindo que os exames finais do secundário servissem apenas para o acesso ao ensino superior ou para melhorar a classificação interna.

Os alunos voltaram também a beneficiar de regras de classificação diferentes das habituais, em que apenas foram contabilizadas as respostas às perguntas obrigatórias e aquelas em que tenham tido melhor pontuação, ainda que o nível de dificuldade tenha sido maior por haver menos perguntas opcionais.