Jennifer Crumbley, de 46 anos, e o marido, James, de 47, — que compraram uma arma para o jovem como presente de Natal — são os primeiros pais presos por homicídio negligente devido às ações de um filho.

A juíza do Tribunal do Condado de Oakland, Cheryl Matthews, condenou o casal a "10 a 15 anos de prisão" cada um. O seu filho Ethan, atualmente com 17 anos, cumpre pena de prisão perpétua pelo ataque de 30 de novembro de 2021, que deixou quatro alunos mortos e outras sete pessoas feridas na Oxford High School, a 70 quilómetros de Detroit.

"Estas condenações confirmam atos repetidos ou a falta de ações que poderiam ter parado um comboio desgovernado que se aproximava", acrescentou Cheryl.

A juíza reprovou James Crumbley por ter permitido que o seu filho tivesse “acesso irrestrito” a armas e munições, e disse a Jennifer Crumbley que sua atitude foi “apática e indiferente”. “O sangue do nosso filho está nas vossas suas mãos”, disse ao casal Craig Shilling, pai de uma vítima de 17 anos.

Antes de a juíza proferir a sentença, o casal dirigiu-se às famílias das vítimas presentes no tribunal. “Estou aqui hoje não para pedir o vosso perdão, que pode estar além do possível, e sim para expressar as minhas sinceras desculpas pela dor causada”, disse Jennifer Crumbley.

A mãe de Ethan explicou que, dias antes do ataque, o marido tinha oferecido a arma ao jovem como presente de Natal. Ela levou o filho a um campo de tiro no dia seguinte. "Lamento a sua perda por causa do que o meu filho fez", disse James Crumbley.

No dia do ataque, os Crumbleys tinham sido chamados à escola devido a um desenho violento que uma professora encontrou na mesa de Ethan. O casal foi alertado para a necessidade de que o jovem recebesse atendimento psicológico.

Os pais ter-se-ão negado a levar o filho para casa e ele voltou para a sala de aula. Mais tarde, entrou numa das casas de banho e saiu com a arma que estava escondida na sua mochila, efetuando mais de 30 disparos.

Dada a onda crescente de incidentes com armas de fogo envolvendo jovens nos Estados Unidos, aumenta a pressão para que os seus pais sejam punidos.