Metro

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (ML) cumprem hoje uma nova greve parcial, entre as 05:00 e as 09:00, contra a falta de condições de trabalho na área operacional, devendo a circulação iniciar-se pelas 09:30.

Em comunicado, a transportadora refere que, como se prevê que a circulação fique afetada, “o serviço de transporte terá início, previsivelmente, a partir das 09:30”.

Normalmente, o metro funciona entre as 06:30 e as 01:00.

De acordo com Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a paralisação, a 10.ª desde o início do ano, assenta nos mesmos motivos das greves parciais realizadas em março, nos dias 14, 22 e 29 de abril e em 04 e 18 de maio.

Em declarações à Lusa, aquando da anterior paralisação, em 18 de maio, a sindicalista explicou que o pré-aviso de greve entregue pelos sindicatos tinha a ver com as condições de trabalho, mas também com “a falta de efetivos e o clima [instalado na empresa] por parte da direção relativamente aos trabalhadores”.

Em causa, indicou anteriormente, está uma área da empresa que “representa os trabalhadores maquinistas e os trabalhadores chefia do posto de comando central”.

Na prática, segundo a Fectrans, trata-se de uma “situação desregrada quer de horários, quer de falta de trabalhadores e más condições de trabalho”, a que se soma “a grande prepotência por parte da direção, que leva a que os trabalhadores estejam a atingir o limite de cansaço”.

Em 17 de maio, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa decidiram, em plenário, entregar um pré-aviso de greve para o mês de junho ao trabalho suplementar e eventos especiais, estando em risco o prolongamento do horário habitual durante os Santos Populares.

Na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, as linhas Verde e Azul do metro têm tido o horário prolongado devido às festas populares, que este ano voltam à rua depois de dois anos sem se realizarem devido à pandemia de covid-19.

Hoje, os quatro sindicatos representativos dos trabalhadores (Fectrans, Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, STTM - Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa, SINDEM - Sindicato Independente de Todos os Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e STMetro - Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa) vão ser recebidos pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião).

Comboios

A circulação dos comboios urbanos de Lisboa poderá ter "perturbações significativas" entre as 15:00 e as 24:00, devido a uma greve parcial dos trabalhadores que reivindicam melhorias salariais, não estando previstos serviços mínimos.

Numa nota divulgada no início da semana, a CP informou que, devido à “greve parcial convocada por uma organização sindical, para o período compreendido entre as 17:00 e as 21:00”, poderão ocorrer “perturbações significativas na circulação dos comboios urbanos de Lisboa, com impacto previsto entre as 15:00 e as 24:00”.

Ainda de acordo com a empresa, o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social não decretou serviços mínimos para a greve, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), reivindicando melhorias salariais.

Os clientes poderão obter informações sobre a circulação através da página da Internet da empresa ou da linha de atendimento (808 109 110, com custo de uma chamada para a rede fixa nacional), segundo a CP.

A greve parcial de hoje foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), tal como a paralisação que ocorreu na segunda-feira na zona urbana do Porto, entre as 05:00 e as 08:30.

Na greve parcial realizada na zona urbana do Porto foram suprimidos cerca de 70% dos comboios programados, segundo números divulgados pela CP, mas que foram contestados pelo sindicato.

O SFRCI, que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas), considera que o aumento de 0,9% da tabela salarial não é “um valor aceitável” face a contínua perda de poder de compra, “algo que já acontece desde 2019”.

Em 16 de maio, os trabalhadores da CP fizeram uma greve de 24 horas, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.