"Hoje, às 10:00 (8:00 em Lisboa), seis mísseis Himars foram lançados. As unidades de defesa antiaérea derrubaram cinco, um dos quais atingiu a eclusa da barragem de Kakhovka, que foi danificada", declarou um representante dos serviços de emergência, citado pelas agências russas.

Kiev acusou Moscovo nas últimas semanas de querer detonar a barragem, tendo tal denúncia sido negada pelas autoridades de ocupação russas.

A barragem de Kakhovka, tomada no início da ofensiva russa na Ucrânia, permite abastecer de água a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

Instalada no rio Dnieper em 1956, durante o período soviético, a estrutura é, em parte, construída de betão e terra, sendo uma das maiores infraestruturas deste tipo na Ucrânia.

Há vários dias que as autoridades de ocupação russas têm vindo a retirar os civis nos arredores deste local perante um "possível ataque de mísseis" à barragem de Kakhovka, cuja destruição levaria à "inundação do margem esquerda" do rio Dnieper, segundo o governador regional instalado por Moscovo em Kherson, Vladimir Saldo.

Se a barragem explodir, "mais de 80 localidades, incluindo Kherson, encontrar-se-ão na zona de inundação rápida", alertou, por sua vez, em 21 de outubro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, perante o Conselho da União Europeia.

"Isso pode interromper o abastecimento de água de grande parte do sul da Ucrânia" e afetar a refrigeração dos reatores da central nuclear de Zaporizhzhia, que extrai água desse lago artificial de 18 milhões de metros cúbicos, advertiu o chefe de Estado.

Perante o risco, a Ucrânia já pediu uma missão de observação internacional. Kakhovka fica cerca de 60 km a leste de Kherson, a primeira grande cidade a cair nas mãos dos russos em março.