“Penso que teremos um relacionamento extraordinário (…). O bom entendimento com a Rússia é uma coisa boa, não uma coisa má”, declarou Trump, sentado ao lado de Putin, adiantando crer que “o mundo quer” que os dois se deem bem.

Os dois chefes de Estado reuniram-se no Palácio Presidencial em Helsínquia, no centro da capital finlandesa, que tem uma longa tradição no acolhimento de cimeiras Leste-Oeste.

“Estou muito satisfeito por o encontrar”, disse Putin. “Chegou a altura de falar longamente, tanto das relações bilaterais, como dos diferentes pontos de tensão no mundo, e que são bastantes”, assinalou o presidente russo.

Os conflitos na Síria e na Ucrânia, o desarmamento nuclear e a suposta interferência de Moscovo nas eleições dos Estados Unidos devem ser discutidos pelos dois líderes, que têm previsto um encontro privado seguido de um almoço de trabalho e de uma conferência de imprensa.

Durante esta cimeira cimeira, o magnata americano espera estabelecer uma relação pessoal com o ex-oficial da KGB, que dirige a Rússia desde 2000. É difícil, porém, prever que tom adotará Trump, conhecido pela sua tendência à provocação.

Muitos diplomatas e analistas temem que o presidente americano faça uma série de concessões a Putin, em questões como a guerra na Síria, ou a anexação da Crimeia por parte da Rússia.

O avião de Putin aterrou às 10h00 no aeroporto internacional da capital finlandesa, um dia depois de ter assistido, em Moscovo, à final do Mundial2018.

Já Trump e a sua mulher, Melania, que chegaram a Helsínquia no domingo, começaram o dia com um pequeno-almoço com o presidente finlandês, Sauli Niinistö, e a sua esposa, Jenni Haukio.

Poucas horas antes da cimeira, Trump afirmou, num surpreendente tweet, que as tensas relações entre Washington e Moscovo se devem à "caça às bruxas" promovida pelo FBI, que investiga a influência russa na eleição presidencial americana de 2016.

O presidente republicano também criticou o seu antecessor, o democrata Barack Obama, acusando-o de não ter reagido antes a essa situação.

"Acredito em ter reuniões com a Rússia, China, Coreia do Norte. Nada de mau vai resultar disso e talvez saia algo de bom", declarou Trump, no domingo, em entrevista à rede CBS, na qual reconheceu que vai ao encontro com Putin com "baixas expectativas".

Já Putin não comentou as suas expectativas ou objetivos em relação ao encontro com Trump.

"O estado das relações bilaterais é muito mau", resumiu o seu conselheiro Yuri Ushakov. "Devemos começar a restabelecê-las", acrescentou.

A importância da Síria

A Síria terá, certamente, um lugar de destaque nas conversas entre os dois dirigentes. Trump está impaciente para se distanciar desse conflito e retirar as tropas americanas do país.

Já a Rússia, que intervém em apoio ao regime de Bashar Al-Assad desde 2015, tem mais do que nunca a intenção de desempenhar um papel-chave na Síria.

Assim como os seus antecessores democratas e republicanos, Trump já se reuniu com Putin, mas, desta vez, o formato do encontro e o momento escolhido fazem deste um evento especial.

A cimeira desta segunda-feira é a última etapa de uma viagem de uma semana pela Europa, na qual Trump atacou duramente os seus aliados, especialmente a Alemanha, sem criticar o presidente russo.

Trata-se da quarta vez que presidentes norte-americanos e russos se encontram na capital da Finlândia depois de Gerald Ford e Léonid Brejnev (1975), George Bush e Mikhail Gorbatchev (1990) e Bill Clinton e Boris Ieltsin (1997).

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.