Em El Paso, uma cidade fronteiriça com o México e com larga população de origem latino-americana (hispânica), as opiniões dividem-se sobre a deslocação do chefe da Casa Branca, acusado por diversos setores de fomentar o ódio racial nos seus discursos.

A determinação de Trump em combater o extremismo continua a ser questionada por parte da população, e quando o ex-Presidente democrata Barack Obama optou por se pronunciar na segunda-feira para apelar à rejeição — mas sem nomear diretamente o seu sucessor — dos discursos que “normalizam” o racismo.

Kellyanne Conway, conselheira do Presidente, denunciou na terça-feira a “politização dos tiroteios” do passado fim de semana pela oposição e assegurou que Trump “está empenhado em juntar o país”.

O responsável local do Partido Republicano, Adolpho Telles, manifestou-se mais cauteloso face à vista do chefe da Casa Branca, cujas “boas ideias” não são “sempre acompanhadas” de frases “apropriadas”.

Cerca de 13 horas depois do ataque em El Paso, na cidade de Dayton, Estado do Ohio, outro homem, de 24 anos, matou nove pessoas e feriu outras 27, incluindo a sua própria irmã. O atirador seria morto no local pela polícia cerca de um minuto depois de ter começado a disparar.

As autoridades norte-americanas já definiram o ataque em El Paso protagonizado por Patrick Crusius, um branco de 21 anos, e que foi detido, como um “crime de ódio” e o procurador local anunciou que vai ser solicitada a pena de morte.

Na segunda-feira, Trump pediu pena de morte para os autores dos tiroteios, apelando para que a execução seja feita rapidamente.

“Ordenei ao Ministério da Justiça que proponha uma lei que garanta que aqueles que cometem crimes de ódio e assassínios em massa sejam punidos com a pena de morte e que a pena de morte seja implementada rapidamente, decisivamente e sem demora”, afirmou na Casa Branca.

Classificando os tiroteios como “crimes contra a humanidade”, o Presidente dos EUA defendeu que o país deve condenar a ideologia da supremacia branca, considerada como ponto de origem de um dos tiroteios.

Trump exortou também hoje os congressistas Republicanos e Democratas a aprovarem regras mais restritivas de verificação de antecedentes de quem queira comprar armas de fogo, sugerindo, porém, que tais medidas devem estar ligadas a uma reforma migratória.