Segundo a France Presse, o autocarro escolar, que levava cerca de 20 adolescentes do Collège Christian-Bourquin, na vila de Millas (Pirinéus Orientais), com 13 a 17 anos, foi atingido por um comboio perto da fronteira com o Espanha e ficou cortado a meio.

O acidente provocou 18 feridos, incluindo 14 crianças.

Esta colisão foi um dos acidentes mais graves com transporte de crianças ocorridos desde a tragédia de Beaune (leste) em 1982, que provocou 53 mortos, incluindo 44 crianças, e o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, visitou o local na noite de quinta-feira com vários membros do governo.

A identificação das vítimas está completa e as famílias já foram informadas, anunciaram as autoridades francesas, explicando que não foi possível fazer a totalidade das identificações na quinta-feira por causa da violência choque.

Uma investigação por “homicídio e lesões involuntárias” foi aberta pela justiça e diversos magistrados deslocaram-se para o local da tragédia.

Hoje de manhã, o colégio local reabriu para permitir que os alunos começassem a fazer o luto.

Uma unidade médico-psicológica composta por cerca de 60 pessoas foi criada para receber os alunos.

Lilou, um estudante de quinto ano cujo melhor amigo ficou ferido no acidente, mostrava-se ainda em choque, em lágrimas, agarrado ao braço da mãe. “Eu não tenho palavras, não sei o que dizer, penso em famílias, todas essas crianças, é muito difícil”, lamenta a mãe.

Este trabalho de luto e acompanhamento também é responsabilidade dos professores, tristes com o acidente e que, por vezes, se sentem desamparados na resposta aos alunos. “Eu nem sei como vou falar sobre isso, estou a tentar segurar-me”, diz um dos professores.

Passava pouco das 16:00 da tarde (15:00 em Lisboa) de quinta-feira quando o autocarro escolar atravessou a passagem de nível 25. Atrás dele, um segundo autocarro estava prestes a arrancar.

A empresa ferroviária francesa SNCF disse na quinta-feira que “de acordo com testemunhas, a passagem de nível funcionou normalmente, mas obviamente a informação deve ser confirmada pela investigação”.

Trata-se de um cruzamento de nível “clássico”, com sinalização automática e dois portões, que “não foi considerado particularmente perigoso”, considerou a companhia.

Além de uma investigação da SNCF, um outro inquérito administrativo foi igualmente aberto pelo departamento de investigação de acidentes, responsável pelos desastres aéreos e ferroviários, cujos especialistas são esperados hoje em Millas.

No local do desastre, o Comboio Regional Expresso e o autocarro esventrado, cuja carcaça ainda está na ferrovia, foram isolados.

“Toda a gente fica marcada e o trauma vai durar”, disse o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, no regresso de Millas.

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