O Papa falava hoje na abertura do 42.º encontro anual do Conselho Diretivo do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), das Nações Unidas.

Na sua mensagem, publicada pela sala de imprensa do Vaticano, o Papa lembrou “a multitude de irmãos e irmãs”, de pessoas carenciadas, que hoje “estão em sofrimento no Mundo”, sem verem atendidos “os seus gritos e necessidades”.

Francisco descreveu um Mundo em que "o ar é imperfeito, os recursos naturais estão esgotados, os rios poluídos e os solos acidificados” e denunciou ainda a existência de milhões de pessoas que “não têm água suficiente para si ou para suas lavouras, com infraestruturas sanitárias muito deficientes e com casas degradadas.

O Papa defendeu que deve ser assumida "seriamente" a batalha para vencer a fome e a miséria, considerando que esta luta não pode ser apenas um slogan mas sim uma prioridade.

Para isso, acrescentou, "é necessário a ajuda da comunidade internacional, da sociedade civil e daqueles que possuem recursos".

Francisco realçou o paradoxo de que "boa parte dos mais de 820 milhões de pessoas que sofrem com a fome e a desnutrição no mundo vivem em áreas rurais, dedicando-se à produção de alimentos”.

Na sua intervenção, o Papa exortou os que têm responsabilidade nas nações e organizações intergovernamentais, bem como aqueles que podem contribuir nos setores público e privado, "para desenvolver os canais necessários para que medidas adequadas possam ser implementadas nas regiões rurais da Terra, para que possam ser arquitetos responsáveis da sua produção e progresso".

Para o papa, a ajuda não pode continuar a ser entendida ocasionalmente com resoluções de emergência, pois essa ajuda "pode gerar dependências".

Francisco indicou que "é preciso apostar na inovação, na capacidade empreendedora, no protagonismo dos atores locais" e "colocar realmente a tecnologia ao serviço dos pobres".

Segundo um estudo das Nações Unidas hoje apresentado na Etiópia, A fome aumentou na África Subsaariana em 2017, atingindo 237 milhões de pessoas.

Entre os lusófonos, a maior prevalência da subnutrição foi registada em Moçambique com 30% da população nesta condição, seguindo-se a Guiné-Bissau (26%), Angola (12,9%), Cabo Verde (12,3%) e São Tomé e Príncipe (10,2%).

O estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA) coloca Angola entre os países que “fizeram progressos substanciais” na redução da desnutrição, tendo cortado 10 ou mais pontos percentuais desde 2004.

A FAO alerta que a subnutrição continua a aumentar no continente após vários anos de declínio, ameaçando a meta da erradicação da fome prevista para 2030 nos Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, acordados pela comunidade internacional.

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