O Vaticano divulgou hoje que o pontífice aceitou a renúncia apresentada pelo cardeal, embora sem indicar mais detalhes.

No lugar do cardeal Ezzati, Francisco nomeou Celestino Años Braco, até então bispo de Copiapó, como administrador apostólico até haver um novo arcebispo.

O cardeal Ricardo Ezzati é suspeito de encobrir, durante anos, abusos sexuais cometidos por sacerdotes da Igreja Católica chilena.

Ezzati, o principal nome da Igreja católica no país, foi convocado em outubro por um procurador chileno e permaneceu em silêncio, apesar de ter prometido colaborar com a justiça.

Durante a semana, o papa rejeitou, em nome da presunção de inocência, a renúncia do cardeal francês Philippe Barbarin, condenado em primeira instância a seis meses de prisão com suspensão condicional da pena por não denunciar os abusos sexuais de um padre.

Em outubro, Francisco aceitou com relutância a renúncia do cardeal americano Donald Wuerl, arcebispo de Washington, suspeito de acordo com um júri de ter ocultado agressões sexuais na Pensilvânia, embora não estivesse sob a ameaça de uma condenação direta.

O Chile é um dos países mais gravemente afetados pelo escândalo de abusos sexuais cometidos por membros da igreja e pela gestão das suas autoridades eclesiásticas.

O papa Francisco fez uma polémica visita ao Chile em janeiro de 2018. Em abril enviou uma carta aos bispos chilenos em forma de mea culpa, na qual reconhecia "erros de avaliação" sobre o escândalo na igreja do Chile.

Depois de ouvir as vítimas, o papa convocou todos os bispos chilenos ao Vaticano em maio de 2018 para três dias de reflexão. Após o encontro, todos os bispos do país renunciaram.

Desde então, o papa aceitou sete pedidos de demissão. Em janeiro, ele recebeu cinco religiosos chilenos no Vaticano, entre eles Ezzati, com o qual teve um "diálogo muito fraternal", segundo a conferência episcopal chilena.

*com agências

(Notícia atualizada às 15h01)

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