O ‘pico’ dos protestos tinha sido registado no sábado passado, com 32 mil pessoas, segundo os números oficiais do ministério francês do Interior, que desdramatizou os dados.

“Cinquenta mil são um pouco mais do que uma pessoa por comuna em França. Essa é a realidade do movimento dos “coletes amarelos” hoje. Pode-se ver que não é um movimento representativo em França”, disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, que também condenou os confrontos que surgiram à margem das manifestações.

O anterior balanço, feito pelas 15:00 locais (14:00 de Lisboa), referia 25 mil pessoas em toda a França, segundo a polícia.

A autarquia de Paris referiu que um total de 101 pessoas foram detidas em Paris e 103 interrogadas pela polícia.

Entretanto, o porta-voz do Governo francês, Benjamin Griveaux, foi retirado do seu gabinete, em Paris, depois de uma violenta entrada com uma retroescavadora no edifício localizado na rua de Grenelle.



A notícia foi avançada pelo jornal Parisien e confirmada pela agência France Presse, que citou o responsável, apelidando a situação de “agressão inaceitável”.

Os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes, nesta oitava mobilização para exigir mudanças políticas, repetiram-se por várias cidades francesas, como nas localizadas a Oeste: Ruão, Caen e Nantes, enquanto em Rennes um grupo destruiu uma porta de acesso à autarquia.

Em Ruão, a capital da Normandia, juntaram-se dois mil “coletes amarelos”, segundo a polícia, que interveio na marcha pelas ruas do centro e atingiu com uma bala de defesa um dos manifestantes.

Para sudoeste no mapa do país, cerca de 4.600 "coletes amarelos" marcharam nas ruas de Bordéus, onde o nível de mobilização se mantém alto e mais uma vez se repetiram confrontos entre manifestantes e forças da ordem.

Com a chegada da noite, a polícia interveio e deteve várias pessoas, havendo o registo de várias montras partidas.

O Governo francês acusou na sexta-feira o movimento dos "coletes amarelos" de estar a ser instrumentalizado por grupos de agitadores que pretendem derrubar o executivo.