“Cinco pessoas morreram em confrontos, em Morrito [sudoeste], incluindo quatro polícias e um manifestante”, indicou a presidente do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH), Vilma Nuñez, citada pela agência noticiosa France-Presse (AFP).

De acordo com informações preliminares, os confrontos ocorreram quando os manifestantes marchavam perto de uma esquadra da polícia.

“Justiça!”, “Nem um passo atrás!”, “O povo unido jamais será vencido!”, gritavam os manifestantes ao longo da rota, a sudeste da capital, Manágua.

Carolina Aguilar, de 52 anos, marchou porque “está cansada deste Governo que mata com impunidade”, confessou à AFP.

“Queremos que este Governo se vá embora, queremos liberdade e democracia, já passaram 11 anos, as pessoas estão cansadas”, disse à mesma agência um homem de 40 anos, de rosto sombrio, que pediu o anonimato com “medo de ser denunciado por apoiantes do poder”.

“Estou aqui porque sou mãe. Dói-me pensar nos jovens que morreram na luta contra este homem sem piedade. Exijo a sua renúncia”, disse Rosa Martinez, de 59 anos.

Para a oposição, esta marcha foi o ponto de partida para uma série de ações com vista a pressionar Daniel Ortega, incluindo uma greve geral, marcada para hoje.

Em resposta, o Governo está a preparar uma marcha, no mesmo dia, em memória da revolução sandinista de 1979. Deve realizar-se em Masaya, a cidade mais rebelde do país, a cerca de 30 quilómetros de Manágua.

Desde 18 de abril, os manifestantes anti-Governo exigem a saída de Daniel Ortega, no poder há 11 anos, acusado de estabelecer uma ditadura na Nicarágua juntamente com a mulher, Rosario Murillo, vice-presidente.

“A situação na Nicarágua é crítica”, afirmou na quarta-feira a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), numa reunião com o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, denunciando a repressão que já causou mais de 200 mortos em quase três meses de protestos.

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