Numa declaração conjunta, hoje divulgada, os dois líderes democratas afirmaram ter-se encontrado com Donald Trump na quinta-feira e defendido ser preciso que o Senado aprove o projeto de leis de armas já votado pela Câmara de Representantes.

“[O Presidente] deu-nos garantias de que irá nosso interesse em avançar o mais rapidamente possível para que seja possível salvar vidas”, referiram na mesma declaração.

A Câmara dos Representantes, de maioria democrata, aprovou, em fevereiro, uma lei segundo a qual o Governo federal deve verificar o cadastro de todos os que queiram comprar armas, incluindo aqueles que comprem online ou em festivais de armas.

O Senado, controlado por republicanos, bloqueou, no entanto, a proposta, rejeitando submetê-la a votos.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano propôs reforçar a verificação do cadastro criminal de quem compra armas e assegurou que há um “forte apetite” político do Congresso para aprovar uma lei nesse sentido.

As declarações de Trump foram feitas na Casa Branca, antes de partir para Dayton (Ohio) e El Paso (Texas), onde dois tiroteios provocaram, no fim de semana, um total de 31 mortos.

“Acho que tanto os Republicanos como os Democratas estão a chegar a um consenso [para aprovar] uma lei que obrigue ao controlo de antecedentes criminais”, disse o Presidente.

Depois de Nancy Pelosi lhe ter enviado uma carta a pedir que interrompesse “de imediato” as férias dos senadores para debater e aprovar a nova lei sobre armas, Donald Trump chamou os líderes democratas, com quem esteve reunido na quinta-feira.

Apesar de ter recebido um pedido de mais de 200 autarcas na quinta-feira, o líder do Partido Republicano — que tem a maioria no Senado – Mitch McConnell negou-se a pedir aos senadores que regressem já de férias, tendo afirmado que a legislação sobre armas só começará a ser debatida no próximo mês.

O Presidente também anunciou hoje estar a negociar com a Associação Nacional de Armas para garantir que as suas “opiniões muito fortes” sobre a segunda emenda — que protege o direito da população a comprar e ter armas — sejam respeitadas nas discussões sobre a legislação de controlo de armas.

Lembrando ser um dos maiores defensores do direito de ter armas, Donald Trump defendeu, numa declaração divulgada no Twitter, que todos devem unir-se e encontrar maneiras de responder aos tiroteios em massa nos Estados Unidos.

O presidente da associação respondeu, garantindo que se irá opor a qualquer legislação que “infrinja injustamente os direitos dos cidadãos cumpridores” e que as propostas legislativas em discussão não impedem tiroteios como os que aconteceram no Texas e em Ohio, e que resultaram na morte de 31 pessoas.

Numa rara declaração pública feita na quinta-feira, Wayne LaPierre disse que algumas propostas federais de controlo de armas “deixariam milhões de norte-americanos cumpridores da lei menos seguros e menos capazes de se defenderem”.

Nos últimos dias, Donald Trump tem afirmado que já se apercebeu de “um apetite político muito forte” para aprovar um reforço do controlo de antecedentes criminais a quem queira comprar armas.

O Presidente assegurou, no entanto, que, “neste momento, não há apetite político” para restringir as armas semiautomáticas, usadas nos tiroteios de El Paso e de Dayton.

“A verificação de antecedentes criminais é importante. Não quero armas nas mãos de pessoas instáveis, de gente com raiva ou ódio, e de pessoas doentes”, disse Donald Trump.

Atualmente, 21 dos 50 estados dos EUA já aprovaram legislação para reforçar o controlo da história e antecedentes de quem quer comprar alguns tipos de armas.

No entanto, a nível federal, os vendedores ‘online’ ou de festivais de armas não são obrigados a fazer esse controlo.