Uma semana depois de ter sido punido com mais de um mês de castigo e uma multa de 5.610 euros, o dirigente ‘azul e branco’ interpôs um recurso, que tem efeitos suspensivos sobre a decisão inicialmente aplicada pela secção profissional daquele órgão disciplinar.

Pinto da Costa foi sancionado por “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”, face às críticas dirigidas à arbitragem no final do encontro que ditou a derrota da equipa orientada por Sérgio Conceição na visita ao Estoril Praia (1-0), em 30 de março, para a 27.ª jornada da I Liga.

O dirigente acusou o árbitro principal António Nobre, da associação de Leiria, de “não ter condições para estar a apitar” a visita do FC Porto ao Estoril, cujos incidentes levaram à abertura de processos à SAD dos ‘dragões’, que foi multada em 15.810 euros, e ao seu presidente, igualmente crítico para com Tiago Martins, videoárbitro (VAR) dessa partida.

António Nobre expulsou o guarda-redes Diogo Costa e o avançado Francisco Conceição, ambos do FC Porto, e Bernardo Vital, defesa central do Estoril Praia, aplicando a mesma sanção após o apito final a Luís Gonçalves, administrador da SAD dos ‘azuis e brancos’.

Pinto da Costa recorreu da decisão determinada pelo CD da FPF, numa semana em que finalizou uma série de 15 mandatos e 42 anos à frente do FC Porto e deu lugar a André Villas-Boas, ex-treinador da equipa de futebol portista, frente ao qual perdeu as eleições.

A cerimónia da posse dos novos órgãos sociais do clube decorreu na terça-feira, mas a transição de poderes na SAD será efetivada em 28 de maio, dois dias depois da final da Taça de Portugal, na qual os ‘dragões’ encaram o recém-campeão nacional Sporting, no Estádio Nacional, em Oeiras, e tentarão conquistar o troféu pela terceira edição seguida.

Na terça-feira, Pinto da Costa assumiu o desejo de acompanhar de forma simbólica essa partida no banco de suplentes do FC Porto, apesar de a sanção imposta pelo CD da FPF incidir nas zonas técnicas dos estádios e extravasar a data da final da Taça de Portugal.

Se o pleno mantiver a suspensão vigente de 35 dias, o dirigente portista dispõe ainda da possibilidade de interpor junto do Tribunal Arbitral do Desporto uma providência cautelar, que, se for aceite, permitirá a presença do dirigente junto ao relvado do Estádio Nacional.

O encontro com o Sporting vai finalizar a época do FC Porto e assinalará a despedida de Pinto da Costa da presidência da SAD, cargo que ocupa desde 1997, ano da constituição daquela sociedade, que é responsável pela gestão do futebol profissional ‘azul e branco’.

André Villas-Boas tornou-se o 34.º presidente da história do FC Porto em 27 de abril, ao totalizar 21.489 votos (80,28%) para se superiorizar nas eleições dos órgãos sociais dos ‘dragões’, quebrando uma sequência de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa, que acumulou 5.224 (19,52%), com o empresário e professor Nuno Lobo a somar 53 (0,2%).

O ato eleitoral mais concorrido de sempre do clube contou com a participação de 26.876 associados no Estádio do Dragão, tendo havido também 73 votos em branco e 37 nulos.

A investidura de André Villas-Boas, de 46 anos, implica o fim do ‘reinado’ presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que tomou posse pela primeira vez em 23 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

Ao longo desses 15.355 dias, e em todos escalões, o FC Porto alcançou 2.591 títulos em 21 modalidades – 68 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.