Quatro dessas unidades adotaram "medidas corretivas", o que afasta a possibilidade de sanções americanas, e há consultas em andamento com o governo israelita sobre a quinta, declarou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel.

"Após um processo minucioso, descobrimos cinco unidades israelitas responsáveis por incidentes individuais de graves violações dos direitos humanos", disse. Estes comportamentos foram decorreram antes do ataque do Hamas de 7 de outubro e não aconteceram em Gaza, acrescentou.

Patel não quis identificar as unidades nem dizer que medidas o governo israelita tomou para lidar com elas. Alguns meios de comunicação, porém, acusam o batalhão "Netzah Yehuda", composto principalmente por judeus ortodoxos, de cometer os abusos.

A legislação americana proíbe o governo de financiar ou armar forças de segurança estrangeiras contra as quais existam acusações críveis de violações dos direitos humanos. Os Estados Unidos fornecem ajuda militar aos seus aliados em todo o mundo, incluindo Israel.

O Exército israelita combate há sete meses o grupo islamista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza. Além disso, trocas de agressões quase diárias são registadas com o movimento xiita Hezbollah, na fronteira com o Líbano. Ambos os grupos contam com o apoio do Irão.

A guerra explodiu em 7 de outubro, com o ataque sem precedentes de comandos do Hamas no sul de Israel, no qual morreram 1.170 pessoas, sobretudo civis, segundo uma estimativa baseada em dados oficiais.

Os islamistas sequestraram 250 pessoas e 129 continuam retidas em Gaza, das quais umas 34 terão morrido, segundo as autoridades israelitas.

Como represália, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma campanha militar contra o território que até agora deixou 34.488 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo islamista.

Até ao momento, todas as negociações realizadas entre as partes não levaram a um acordo que inclua um cessar-fogo, a libertação de reféns israelitas e o envio de mais ajuda humanitária para aliviar a grave crise alimentar em Gaza.